quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A dor da alma

Foto: Barcos de Papel

Quando a chuva cessava e um vento fino
Franzia a tarde tímida e lavada,
Eu saía a brincar, pela calçada,
Nos meus tempos felizes de menino

Fazia, de papel, toda uma armada;
E, estendendo o meu braço pequenino,
Eu soltava os barquinhos, sem destino,
Ao longo das sarjetas, na enxurrada…

Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
Que não são barcos de ouro os meus ideais:
São feitos de papel, são como aqueles,

Perfeitamente, exatamente iguais…
- Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!
-Guilherme de Almeida

____________________arte de Felix Gonzalez Sanchez
"Eternidade é o tempo quando o longe fica perto. Não quero nem subir para os céus, nem progredir para frente.
Quero mesmo é voltar para os lugares e os tempos que amei e perdi. A alma é o lugar da saudade. "Rubem Alves

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